A Cidade

HISTÓRIA DA CIDADE

Não é possível determinar em que ano exatamente Santa Rita de Cássia foi fundada, uma vez que não existem registros dos primeiros habitantes. Tudo o que se sabe é que a história das primeiras comunidades presentes no oeste da Bahia remonta às primeiras décadas do século XVII.

O fator mais importante para a penetração das primeiras levas de migrantes  na região, na qual hoje pertence ao território de Santa Rita de Cássia-BA, foi o gado. Os grandes rebanhos vindos do litoral iam avançando em direção às terras inexploradas, banhadas por pequenos rios de águas claras, córregos e regatos.

No decorrer dessa trajetória os colonos enfrentaram dificuldades e constantes combates com os índios e aos poucos foram tomando posse das terras situadas à margem esquerda do rio São Francisco, estabelecendo núcleos de criação de gado, engenhos de cana-de-açúcar e agricultura em geral. Em meados do ano de 1600, os colonos chegaram ao rio Grande através de sua confluência com o rio São Francisco.

O primeiro afluente do rio Grande que encontraram foi o rio Preto, através do qual chegaram à área aonde viria a ser fundada a Vila de Santa Rita; acredita-se que isso tenha ocorrido por volta de 1610.

O CRESCIMENTO DO ARRAIAL  

As informações sobre o crescimento da Vila de Santa Rita é considerada uma tradição lendária, uma vez que não existem provas documentais de que em meados do século XVII tenha chegado ao Arraial de Santa Rita do Rio Preto um misterioso casal de portugueses, que se instalou nas imediações da Igreja Velha, então rua do Espírito Santo (atual avenida Professor Elpídio Santana).

Segundo a crença popular, eles permaneceram aproximadamente dez anos na região e após esse período, sem maiores explicações, esse casal não identificado simplesmente partiu dali para lugar ignorado, deixando, por esquecimento talvez, uma imagem de Santa Rita de Cássia no casebre onde morou.

Existem versões no tradicional conceito do povo local, que afirmam que o tal casal tenha sido morto pelos índios que habitavam à região; outras versões contam que eles foram devorados por animais selvagens. Há também quem acredite piamente que esse casal foi enviado por Deus com a missão de conduzir a imagem de Santa Rita de Cássia (ou Santa Rita dos Impossíveis) para as margens do rio Preto e depositá-la anonimamente no local, daí o porquê do seu desaparecimento, descartando assim as versões atribuídas aos índios e aos animais selvagens.

O fato é que a imagem da santa foi realmente encontrada no casebre pelos novos colonos que ali chegaram; entretanto, não foi encontrado qualquer vestígio de luta ou cadáveres nas imediações. Naturalmente, o anônimo casal, cumprindo sua missão, tenha regressado ao seu lugar de origem sem ser identificado, sem sofrer qualquer ameaça ou agressão, “sob a proteção da santa”.

EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

Fato digno de registro na história local é a participação marcante do casal José da Rocha Medrado e Rita Antunes Guimarães Rocha no processo de emancipação do município. Na primeira metade do século XIX, foram eles que constituíram, sem alarde demagógico, o alicerce básico em que foi assentada a edificação da vida política de Santa Rita de Cássia.

Descendentes de velhos troncos proprietários da região, o tenente José da Rocha Medrado e sua esposa, D. Rita Antunes Guimarães Rocha, proeminentes agricultores e pecuaristas, donos de vastas glebas, ficaram empolgados e embevecidos com o desenvolvimento que invadia o povoado, sobretudo com a chegada de grupos de migrantes que vinham de plagas distantes, atraídos pela riqueza das terras do vale do rio Preto e com o objetivo de se estabelecerem na região e fazê-la prosperar.

No desejo ardente de um futuro próspero para o seu florescente rincão natal, José da Rocha Medrado e D. Rita Antunes Guimarães Rocha começaram a direcionar seus esforços para a emancipação política do povoado, que era então subordinado ao município de Barra do Rio Grande. O processo emancipacionista naturalmente carecia de obedecer ao tradicional ritual legislativo, considerando prioritariamente o número de habitantes, prédios e rendas tributárias satisfatórias às exigências pertinentes aos preceitos das leis vigentes.

Não obstante a chegada de grupos e mais grupos de colonos ao povoado, esses não encontravam áreas urbanas destinadas à construção de suas residências. Com isto, os colonos viam-se obrigados a migrarem para a zona rural, onde facilmente adquiriam glebas de terras de veredas, que lhes permitiam a edificação de moradias e a criação de roças de lavoura e pastagens para a criação de gado, formando assim pequenas propriedades rurais e fixando ali mesmo os seus domicílios. Estas pequenas propriedades foram se enfileirando céleres na região central do território, e receberam mais tarde o cognome de Veredas.

Estes acontecimentos, porém, frustravam a possibilidade do povoado auferir condições urbanísticas para fazer jus ao processo de sua independência política. Apesar do desenvolvimento habitacional e econômico da zona rural, o povoado, que seria a sede do futuro município, decaía no contexto das normas satisfatórias às exigências determinadas em lei, o que dificultava a consolidação do processo emancipacionista.

Então, o casal José da Rocha Medrado e D. Rita Antunes Guimarães Rocha tomou para si a missão de levantar uma bandeira de lutas e sacrifícios em prol da independência do seu povo, que apesar de ser dotado de idéias progressitas, carecia de consolidar a emancipação política do seu território. De imediato, foi iniciado um grande movimento propagandista de conscientização e de incentivo à aglomeração urbana na sede do território. A campanha obteve surpreendente êxito, e num curto espaço de tempo a bandeira emancipacionista triunfou.

Em 26 de março de 1840, por meio da lei provincial nº 119, ocorreu a emancipação política do até então povoado de Santa Rita do Rio Preto, que foi elevado à categoria de vila, e cujo território foi desmembrado do município de Barra do Rio Grande. Uma vez que essa lei é de fundamental importância para a história do município, considera-se o ano de 1840 como sendo a data oficial de fundação da cidade.

Santa Rita de Cássia foi o segundo município a ser criado na Região Oeste da Bahia: o primeiro foi Campo Largo (atual Cotegipe), emancipado em 1820.

Apesar da aprovação dessa lei, a independência política de Santa Rita do Rio Preto só foi concretizada em 3 de novembro daquele ano, com a instalação de sua primeira Câmara de Vereança e com a eleição do primeiro intendente (antiga denominação dada ao chefe do poder executivo municipal) pela maioria de seus membros.

Dezenove foram os intendentes que governaram Santa Rita do Rio Preto até a Revolução de 30, quando a figura do intendente deu lugar à do prefeito.

MUNICÍPIO HOJE

Santa Rita de Cássia  é um município brasileiro do estado da Bahia. Com uma população de 26.761 habitantes segundo o Censo do IBGE em 2010, o município é cortado no sentido oesteleste pelo rio Preto, sub-afluente do rio São FranciscoSanta Rita está localizada a 1006 km da capital baiana, Salvador e a 168 km de Barreirasprincipal cidade do oeste baiano.

ECONOMIA

SETOR PRIMÁRIO

Desde o início da sua história, a economia santarritense é tradicionalmente caracterizada pela pecuária extensiva, com destaque para os rebanhos de asininosbovinoscaprinos e suínos. As criações de avesequinos e ovinos, embora menores, também têm um peso considerável na vida econômica do município.

Na produção agrícola de Santa Rita de Cássia, destacam-se os cultivos de feijãomandioca (da qual Santa Rita é o 36º maior produtor baiano), melancia (6º maior produtor do estado) e milho, e em menor escala o da cana-de-açúcar.

Os trabalhadores rurais do município estão organizados em três grandes associaçõesAssociação dos Pequenos Produtores RuraisAssociação dos Produtores Rurais da Fazenda Senhor do Bonfim, vinculada ao Incra, com sede na Fazenda Senhor do Bonfim (Coinfra); e por fim, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Rita de Cássia, que é vinculado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura.

O principal fruto do extrativismo na região é o carvão vegetal; Santa Rita de Cássia está entre os municípios baianos que mais produzem essa matéria-prima.

MANUFATURA

Conforme registros na JUCEB, Santa Rita de Cássia possuía no ano 2001 24 indústrias, ocupando o 117º lugar na posição geral do Estado da Bahia.

As tradicionais mini-indústrias artesanais fabricam uma grande variedade de produtos caseiros, como o licor de caju e o de jenipapo, a rapadura comum e a rapadura batida e os doces de buriti, caju e de murici, além do beiju de massa. A produção desses produtos, porém, não acontece o ano todo, limitando-se a determinadas épocas do ano, de acordo com a disponibilidade da matéria-prima necessária (por exemplo, o vinho de caju só é produzido no “tempo do caju”, assim como o doce de murici só é produzido no “tempo do murici” e etc.).

A criação de animais possibilita a fabricação de coalhadas, doce de leitemanteiga de gadorequeijão e sabão, tanto para o consumo local como para a comercialização.

A extração da aroeira propiciou o surgimento de uma pequena, mas expressiva indústria moveleira na região. Há também no município algumas poucas indústrias de alvenarias e telhas.

No solo do município encontra-se argila em abundância para o artesanato e areia para a construção civil.

 

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